Tabu no Futebol: Atletas Rompendo o Silêncio sobre Adoecimento Mental

SAÚDE MENTALDEPRESSÃOANSIEDADE

Naiane Almeida

1/10/20245 min read

Convidamos você a mergulhar nas histórias corajosas e inspiradoras de jogadores de futebol que decidiram quebrar o tabu em torno da saúde mental. Descubra como esses atletas renomados enfrentaram suas batalhas internas, compartilhando experiências sinceras e desmistificando o estigma associado. Para uma jornada ainda mais profunda, acompanhe o diário do fundador do Projeto CUIDE-SE Policial, Erick Guimarães, @erick.guim , compartilhando sua própria trajetória e insights valiosos de especialistas. Leia mais

Temos que romper o silêncio...

Por Naiane Almeida

Jornalista, Relações Públicas, Mestre em Educação, Especialista em Políticas Públicas, Especialista em Marketing, Estudante do Pós Graduação ProLeitura da UFMG, Sócia Fundadora da Assessoria Pauta Sindical, Assessora de Comunicação e Imprensa voluntária do Projeto Cuide-se Policial.

Tabu no Futebol: Atletas Rompendo o Silêncio sobre Adoecimento Mental

A sociedade contemporânea tem presenciado uma mudança significativa no modo como encaramos a saúde mental, principalmente quando se trata de figuras públicas, celebridades e atletas que, por muito tempo, foram vistas como imunes aos desafios emocionais. Essa mudança evidencia a coragem de indivíduos reconhecidos mundialmente que decidiram não apenas admitir, mas também compartilhar suas batalhas contra a depressão, estresse pós-traumático, pânico e outros transtornos mentais.

Nomes proeminentes do mundo esportivo, como Richarlison, Alisson, Ronaldo Fenômeno, e outros, têm se pronunciado sobre suas experiências pessoais com problemas mentais. Suas histórias não apenas sensibilizam, mas também denotam que ninguém está imune aos desafios da mente, independentemente do status social ou sucesso profissional. Esses relatos corajosos contribuem para dissipar a estigmatização em torno da saúde mental e promovem a empatia e compreensão dentro da sociedade.

É fascinante notar como jogadores como Richarlison e Alisson têm desempenhado papéis cada vez mais relevantes na desestigmatização da saúde mental no futebol brasileiro. Suas corajosas confissões não só encorajam outros atletas a buscar ajuda, mas sobretudo desafiam a cultura tradicionalmente machista do esporte, que por muito tempo encarou a vulnerabilidade como fraqueza.

Ainda nesse contexto, figuras como Matheusinho, ex-jogador do América, destacam a realidade dos desafios enfrentados por atletas fora dos campos. Sua abertura sobre a depressão ressalta como a vida de um esportista, muitas vezes glamourizada, pode esconder lutas internas profundas.

O fenômeno do aumento dos casos de depressão no esporte, mencionado pelo psicólogo João Ricardo Cozac, reflete uma realidade global que exige uma atenção mais focada e proativa. O estigma em torno da saúde mental no futebol, especialmente, está sendo desmantelado lentamente, à medida que mais jogadores corajosamente compartilham suas histórias e buscam ajuda.

Os clubes de futebol, por sua vez, estão sendo instados a incorporar psicólogos em suas equipes, reconhecendo a importância de um suporte emocional efetivo para os jogadores. A presença desses profissionais não só ajuda na prevenção e tratamento, mas também destaca a necessidade de uma abordagem holística no cuidado com atletas.

Esse movimento de abertura sobre a saúde mental não se limita ao esporte; ele transcende setores e profissões. As histórias de Matheusinho, Richarlison, Alisson e outros não são apenas testemunhos pessoais, mas representam um chamado para a sociedade reexaminar suas atitudes em relação à saúde mental, em especial em ambientes onde o estigma ainda persiste.

Neste novo cenário, onde as personalidades públicas não hesitam em se abrir sobre suas lutas internas, a esperança é que todos compreendam que pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas de coragem. É um convite para todos nós, como sociedade, adotarmos uma postura mais compassiva e proativa, não apenas para apoiar os que sofrem, mas para desmantelar as barreiras que ainda existem ao redor do diálogo sobre saúde mental. Afinal, a verdadeira força reside na vulnerabilidade compartilhada e na jornada de cura coletiva.

Além do universo esportivo, a quebra do tabu em torno da saúde mental alcançou também figuras icônicas do entretenimento, da música à atuação, provando que a vulnerabilidade não conhece fronteiras. Artistas como Demi Lovato e Selena Gomez compartilharam suas batalhas contra distúrbios alimentares, ansiedade e depressão, desafiando a imagem glamourizada da fama para revelar as verdades complexas que permeiam suas vidas.

Essas revelações impactam não apenas a forma como encaramos a saúde mental em ambientes estigmatizados, mas também servem como uma chamada à ação em setores onde o estigma persiste de maneira particularmente arraigada.

O ambiente corporativo, por exemplo, está sendo instigado a repensar suas políticas e abordagens em relação à saúde mental dos colaboradores. Líderes de grandes empresas têm reconhecido publicamente a importância de criar ambientes de trabalho que promovam o bem-estar emocional e ofereçam recursos para lidar com o estresse.

As histórias de superação de indivíduos conhecidos, como o jogador de futebol Alisson, que revelou sua batalha contra a depressão após a conquista da Copa do Brasil com o São Paulo, destacam a necessidade de uma abordagem mais holística na prevenção e tratamento da saúde mental. A noção de que alcançar o sucesso profissional não é uma panaceia para os desafios internos ressoa profundamente e encoraja uma mudança de paradigma em nossas atitudes.

A diversidade de relatos sobre saúde mental reforça a ideia de que não há uma única narrativa para o sofrimento emocional. Cada história é única, e a compaixão e a empatia são ferramentas poderosas para construir uma sociedade mais solidária. Os esforços para romper o estigma em torno da saúde mental não são apenas individuais, mas coletivos, exigindo uma mudança cultural profunda.

À medida que continuamos a testemunhar a abertura de figuras públicas sobre suas lutas internas, é salutar lembrar que a jornada em direção à aceitação e apoio não é linear. A saúde mental não deve ser um tópico tabu ou um sinal de fraqueza; é um aspecto fundamental da experiência humana que merece compreensão, respeito e suporte contínuo. Em uma sociedade que está aprendendo a valorizar a autenticidade sobre a perfeição, a conversa sobre saúde mental é, sem dúvida, uma das mais importantes de nossa era.

Por isso, meus caros, a quebra desse tabu não apenas destaca a importância de cuidar da saúde mental, mas sobretudo lança luz sobre o DEVER que temos (enquanto sociedade) de abordar essa questão em setores considerados intocáveis, como a Segurança Pública e a Defesa Social.

A propósito, recentemente, o fundador do Projeto CUIDE-SE Policial, Erick Guimarães, levantou uma voz importante em uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa Mineira, em dezembro de 2023. Sua afirmação contundente "não podemos mais continuar tratando as pessoas e o adoecimento mental como se fazia na década de 1970" ressoa como um chamado urgente para uma mudança de paradigma no tratamento da saúde mental em ambientes ligados à Segurança Pública.

Na Segurança Pública e na Defesa Social, temas frequentemente evitados nas discussões sobre saúde mental, estão a meu ver, começando a ser confrontados.

Ao citar Erick Souto Guimarães, do Projeto CUIDE-SE Policial, torna-se evidente que a abordagem arcaica de tratar o adoecimento mental como uma fraqueza ou algo a ser suprimido está sendo desafiada. A compreensão de que cuidar da saúde mental não é apenas uma questão de autocuidado individual, mas também uma necessidade urgente em profissões que envolvem alto estresse, risco e exposição constante ao trauma, é uma virada de chave.

Vídeo sobre o que nosso idealizador falou na audiência. Clique AQUI.

Leia as matérias completas abaixo para entender a gravidade e relevância da discussão profunda, técnica, empática, e adequada dessas questões:

https://www.em.com.br/app/noticia/superesportes/2021/10/19/interna_superesportes,1315146/psicologo-esportivo-casos-de-depressao-entre-atletas-dispararam-em-20-anos.shtml

https://www.espn.com.br/blogs/gabrielamoreira/729892_depressao-e-sindrome-de-panico-sao-comuns-no-futebol-mas-so-6-clubes-do-brasileiro-tem-psicologos-atuando-com-os-profissionais

https://www.cnnbrasil.com.br/esportes/antes-tabu-debate-sobre-saude-mental-ganha-forca-no-futebol-os-clubes-nao-se-preocupavam/

Leia também nossos artigos sobre o tema aqui

Apoiem nossa causa !!! Compartilhem, sigam nossa página, nossa classe pede socorro.

"QUEM CUIDA, MERECE CUIDADOS"

Posts Relacionados