Janeiro Branco e a Saúde dos Servidores Segurança Pública

Em comemoração ao Janeiro branco, temos um artigo escrito por uma psicóloga relatando a importância do apoio e conscientização popular sobre a real situação do adoecimento na Segurança Pública e Defesa Social. Apenas com transparência e verdadeiro enfrentamento do problema, sem tabus ou estigmas, podemos encontrar soluções para esse problema silencioso. Leia mais.

Vamos refletir...

Por Denise Stéphanie de Barros

Formada em Psicologia pela Anhanguera no ano de 2022. Atua como psicóloga clínica para adultos e adolescentes na abordagem TCC (Terapia Cognitiva Comportamental). CRP 04/71422. Instagram: @psi_denise_barros

Janeiro Branco e a Saúde dos Servidores Segurança Pública

Janeiro branco é um movimento que tem como objetivo alertar para os cuidados com a saúde mental da população, a partir da prevenção das doenças decorrentes do estresse, incluindo os transtornos mentais mais comuns, como depressão e ansiedade.

Aproveitando esse mês de conscientização sobre a saúde mental, mais uma vez falaremos da Saúde Mental do Policial e dos demais servidores da Segurança Pública. Cuidar da Saúde Mental é sinônimo de cuidar da saúde como um todo, é sinônimo de também zelar pelo trabalho policial e o cuidado com a sociedade. É de conhecimento geral que a polícia em nosso país tem passado por um sofrimento laboral intenso, já que é a linha de frente na proteção da população contra a violência e a criminalidade. Não sendo suficiente, ainda existem várias outras questões, como a falta de investimento público, banalização da saúde mental e o tabu dentro da própria Corporação, dificultando o trabalho do psicólogo com estes profissionais.

É essencial abordarmos essa temática dentro das corporações de forma respeitosa, abandonando o estereótipo de "heróis" inabaláveis, pois nossos policiais vem adoecendo psiquicamente conforme temos visto através dos altos índices de suicídio no meio.

A falta de divulgação de dados e informações sobre esse drama para a população também tem contribuído negativamente para respostas institucionais e políticas públicas. É extremamente necessárias a transparência e estudos na área para que outras mortes possam ser evitadas.

Se o problema não é divulgado em números, ele não existe e, se não existe, acaba-se forçando uma falta intervenção estatal. Nós, da área, da linha de frente, temos ciência da gravidade dessa situação e sabemos que existe sim um adoecimento em massa dos profissionais da Segurança Pública. Se a saúde mental não for levada à sério, o risco de morte em serviço e uma baixa efetividade na proteção da Sociedade é extremamente provável. A saúde mental mexe com toda a estrutura do sujeito e com todos a sua volta, logo o interesse para com esse tema deve ser de todos e não somente dos profissionais ligados à segurança pública.

A Administração Pública precisa voltar sua atenção para estes profissionais tão necessários na Sociedade. A participação e apoio popular são fundamentais nessa empreitada, já que sua segurança também depende desses profissionais.

O Janeiro Branco engloba a saúde mental de todos. Porém, coloco o foco nos policiais e bombeiros para que haja uma conscientização maior para com estes profissionais. Eles mesmos precisam, também, levar saúde mental mais a sério e abandonar o tabu. Somos todos de carne e ossos, passíveis de adoecimento, de vulnerabilidades.

Referências:

BARROS, Denise Stephanie de. Atenção à saúde do Policial Militar em Minas Gerais: o Burnout e o suicídio na corporação. Orientador: Maria Sanches. 2023. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Psicologia) - Faculdade Anhanguera, Belo Horizonte, 2022. p. 37. E-book (37p.).

Conheça o Diário de um Policial Adoecido, projeto e ideia do nosso criador, Erick Guimarães, que relata a real situação do adoecimento mental nas forças de Segurança à partir da sua própria história, trazendo também especialistas para falar da temática abordada nos diários. Os vídeos estão no perfil @erick.guim , em seus stories e destaques.

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"QUEM CUIDA, MERECE CUIDADOS"

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