O Estresse Pós-Traumático e o Assédio Moral no Trabalho

ARTIGOSDESTAQUESCRISE POLICIAL

Erick Guimarães

10/8/20235 min read

O artigo "Assédio moral no trabalho", escrito por Angelo Soares e Juliana Andrade Oliveira, discute a relação perturbadora entre o assédio moral no local de trabalho e graves impactos na saúde dos trabalhadores. Eles revelam que vítimas de assédio moral frequentemente sofrem de sintomas psicossomáticos, depressão e ansiedade, chegando até mesmo ao risco de desenvolver Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). O prolongamento do assédio aumenta esse risco, tornando essencial reconhecer e abordar essa séria ameaça ao bem-estar dos funcionários.. Leia mais.

Papo sério...

Por Erick Guimarães

Perito Criminal, Especialista em Políticas e Gestão da Segurança Pública, Criminologia e, Engenharia Ambiental. Professor  há mais de 20 anos, Físico (bacharelado e licenciatura) pela UnB, psicanalista em formação.

Você já ouviu falar sobre a conexão entre o assédio moral no trabalho e impactos significativos na saúde? É um fenômeno que afeta inúmeras pessoas e pode levar a adoecimentos graves, como depressão, transtornos de ansiedade, e transtorno de estresse pós-traumático. Se você se preocupa com o bem-estar dos trabalhadores e está interessado em entender melhor esse problema, convidamos você a explorar esse artigo científico.

No artigo, discute-se detalhadamente como o assédio moral no ambiente de trabalho pode ter consequências devastadoras na saúde física e mental das vítimas, especialmente quando a exposição a esse tipo de comportamento se prolonga por anos. As descobertas são baseadas em uma revisão abrangente de estudos e pesquisas relevantes.

Como explicado, as vítimas de assédio moral relatam queixas psicossomáticas, sintomas de depressão e ansiedade, e até mesmo alterações nos níveis de cortisol, um hormônio relacionado ao estresse. Além disso, explora-se a relação entre o assédio moral e a incidência de doença cardiovascular, destacando a importância de reconhecer e abordar esse problema de saúde pública.

No estudo, aprofunda-se a investigação na relação entre o assédio moral crônico no trabalho e a possibilidade de desenvolver o Transtorno de Estresse Pós-Traumático, um distúrbio psicológico debilitante que muitas vezes é subestimado. As conclusões foram baseadas em análises detalhadas de estudos e pesquisas que examinam esse fenômeno.

Descubra como as vítimas de assédio moral frequentemente relatam sintomas alarmantes, como pesadelos, dificuldades de concentração, insegurança, problemas de memória e uma sensação avassaladora de impotência. Esses sintomas são consistentes com os observados em pessoas que experimentaram eventos traumáticos significativos, como situações de risco à vida.

Mais importante ainda, discute-se a grave possibilidade de que a exposição prolongada ao assédio moral possa desencadear o Transtorno de Estresse Pós-Traumático. A depressão e a ansiedade são frequentemente acompanhadas por esse transtorno, podendo transformar a vida de muitas vítimas em um pesadelo constante.

Este é um convite para adentrar em um mundo de conhecimento e compreensão sobre o impacto do assédio moral no local de trabalho. Se você deseja saber mais sobre como essa situação afeta a vida das pessoas e quais são as medidas que podem ser tomadas para combatê-la, clique no link abaixo e mergulhe em no artigo completo. A informação é poder, e juntos podemos trabalhar para criar ambientes de trabalho mais saudáveis e livres desse tipo de condição prejudicial. Precisamos de uma construção coletiva (Trabalhadores e Instituições) para JUNTOS encontrar maneiras efetivas de contornar algo tão entranhado em nossa cultura e de combate prático tão difícil, apesar de ampla previsão legal sobre o tema.

Artigo Científico Completo AQUI    

Leia trecho do artigo abaixo:

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O estresse pós-traumático e o assédio moral no trabalho

Segundo o DSM-IV,2 o estresse pós-traumático é um estado causado por um evento incomum que inclui uma real ameaça para vida ou para a integridade física de uma pessoa. Este estado é vivido como um medo intenso, um estado de terror e impotência. Seus sintomas principais são: problemas de memória, dificuldade de concentração, sentimento de insegurança, dificuldade para dormir, despertar prematuro, pesadelos etc.

Vários estudos têm apontado como consequência do assédio moral a presença de sintomas associados ao estresse pós-traumático. Os primeiros estudos que estabeleceram essa associação são os de Leymann (1996) e Leymann e Gustafsson (1996). Esses autores compararam 64 vítimas de assédio moral, que procuraram uma clínica para tratamento de trauma, com outros indivíduos que desenvolveram um estresse pós-traumático após viver situações traumáticas. Os autores concluem que as vítimas de assédio moral apresentam um nível de estresse muito elevado e que a intensidade do estresse pós-traumático é comparável ao das vítimas de estupro, em termos de ansiedade, deterioração, impotência e dor psicológica.

Ainda nesse estudo, Leymann e Gustafsson (1996) ressaltam um aspecto importante: o estado de estresse pós-traumático, em uma fase crônica, pode mudar traços da personalidade da pessoa que foi o alvo de assédio moral, podendo levar a um estado depressivo ou obsessional. Trata-se de um dado muito importante, pois, quando encontramos uma pessoa que vive ou viveu o assédio moral, ela pode já estar em um estado de estresse pós-traumático e ter tido traços de sua personalidade alterados. Desta forma, todas tentativas de se identificar traços de personalidade da pessoa-alvo de um assédio moral são, a princípio, problemáticas, pois não se pode estabelecer se tais traços já foram ou não modificados pelo estresse pós-traumático.

A maioria dos indivíduos que vive um estresse pós-traumático tenta evitar tudo aquilo que possa lembrar o assédio, e desenvolve várias estratégias de evitação do problema. Entretanto, apesar de todas essas estratégias, os indivíduos revivem essa história de maneira repetida através de pesadelos e pensamentos intrusivos. Ainda no estudo realizado por Leymann e Gustafsson (1996), 81% das pessoas que sofreram assédio moral viviam pensamentos intrusivos pelo menos uma vez por semana e 67% viviam altos níveis de evitação do problema.

Mikkelsen e Einarsen (2002) realizaram um estudo com professores, enfermeiras e representantes sindicais. De 118 vítimas de assédio moral, 30% tinham sintomas de estresse pós-traumático, segundo a escala Post-Traumatic Diagnostic Scale (PDS), de Foa (1995). Os resultados também mostram que o fato de viver o assédio no momento da pesquisa ou de tê-lo vivido, bem como a sua duração também influenciam no nível dos sintomas de estresse pós-traumático.

Tehrani (2004) realizou um estudo com 165 profissionais da área de saúde. Os resultados mostram que 40% tinham vivido assédio moral nos últimos dois anos e, destes, 44% apresentavam sintomas de estresse pós-traumático.

Finalmente, Matthiesen e Einarsen (2004) realizaram uma pesquisa com 102 indivíduos-alvos de assédio moral no trabalho que tinham procurado ajuda em uma organização que dava suporte a vítimas de assédio moral na Noruega. Os resultados mostram que 60% e 70% viviam sintomas severos de estresse e de estresse pós-traumático

Embora utilizando escalas diferentes, diferentes estudos, em diferentes sociedades, têm demonstrado uma correlação entre assédio moral e sintomas de estresse pós-traumático. "

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